O estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos EUA, analisou dados extraídos da plataforma de programação compartilhada Github. De acordo com as análises, os códigos escritos por mulheres tem uma taxa de aceitação mais alta do que os escritos por homens, mas isso ocorre apenas quando o gênero da programadora não é identificado. Foram analisados 1,4 milhões de usuários da rede.
O Github é uma rede que reúne desenvolvedores e não exige identificação de gênero no seu cadastro, atualmente possui cerca de 12 milhões de usuários. Contudo, o time de pesquisadores conseguiu identificar se um usuário era homem ou mulher com base no seu nome de usuário ou pelo endereço de e-mail que estava conectado com seus perfis no Google+.
A pesquisa revelou que 78,6% sugestões de alterações feitas por mulheres eram aceitas, contra 74,6% das feitas por homens. Alguns fatores foram considerado como, se a resposta era longa ou curta e qual linguagem de programação estava sendo usada. Porém, não foi encontrada uma relação direta com esses fatores que contribuísse na maior aceitação.
O estudo também mostrou evidências de preconceito com as programadoras, quando o gênero da usuária estava claro, a taxa de aceitação caiua para 62,5%. Isso mostra uma tendência dos programadores ignorarem sugestões feitas por mulheres, mas isso desaparece quando eles não sabem quem está comentando.
Apesar de esforços, as empresas de tecnologia continuam a ter desafios para reunir uma equipe diversificada. Apenas 16% da equipe de tecnologia do Facebook e 18% da equipe do Google eram mulheres, de acordo com estudos de 2015.
Contudo, os pesquisadores acreditam que o estudo possa ser encorajador. Eles acreditam que o interesse das mulheres na área tecnológica possa aumentar nos próximos anos. Mostrar que as mulheres são boas em programar aumenta as chances de vermos mais mulheres trabalhando com tecnologia.
O estudo também lembra que foi uma mulher, Ada Lovelace, quem escreveu o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina.
Fonte: BBC News