Nos últimos dias temos ouvido muito sobre o aumento nos valores de frete dos Correios. Uma campanha iniciada pelo Mercado Livre colocou em questionamento os valores altos que começaram a ser cobrados a partir do início de março. Liderando a campanha #FreteAbusivoNão, o Mercado Livre denuncia um aumento nos preços que pode chegar a até 51% em algumas localidades.
A nova tabela de valores, que começou a valer no dia 06/03, afeta os envios de todos os tipos de encomenda, ou seja, o aumento não é apenas para o e-commerce. Porém, esse setor é o principal afetado nesse aumento de preço.
O barulho provocado pelo Mercado Livre foi grande, e a hashtag #FreteAbusivoNão foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Como resultado, o marketplace tinha conseguido uma liminar para impedir a cobrança dos novos valores para os seus vendedores, mas essa liminar já foi derrubada pelos Correios.
Em nota oficial, a estatal justificou o aumento dizendo que a taxa não seria de 51%, e sim de “8% para os objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e estadual, que representam a grande maioria das postagens realizadas nos Correios”.
A nota também destaca que o reajuste faz parte de uma revisão anual de preços que é prevista em contrato.
Cobrança extra no Rio de Janeiro
Além do aumento para todo o país, uma taxa extra emergencial no valor de R$3 será cobrada pelos Correios para entregas na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com a empresa, essa taxa é uma medida necessária para manter a integridade dos funcionários, das encomendas e das unidades dos Correios devido a situação de violência extrema na cidade.
Essa cobrança também é questionada pelo Procon do Rio de Janeiro, que a considera discriminatória com os moradores da cidade.
*Update: A cobrança extra foi suspensa
Impactos para o e-commerce
O valor do frete é um dos principais vilões do e-commerce, sendo um dos motivos principais de abandono de carrinho na maioria das lojas. Esse reajuste irá afetar principalmente pequenos e médios empreendedores que poderão ver suas vendas caírem caso decidam repassar o custo adicional aos seus clientes.
Mesmo aqueles que não decidirem repassar o custo e subsidiarem o frete, verão um aumento nos seus gastos com despesa de logística, afetando a receita da sua loja. De acordo com o Mercado Livre, esse custo adicional pode chegar em até 29%.
Entre os maiores afetados estão as empresas que vendem para fora de grandes centros, que são as áreas que receberam os maiores aumentos no valor do envio. Afetando também os consumidores dessas regiões que tem no comércio eletrônico sua única alternativa de compra para alguns produtos.
O que pode ser feito?
Os novos valores dos Correios já estão valendo, porém muitas empresas e consumidores estão aderindo a campanha #FreteAbusivoNão, pressionando os Correios para voltar atrás no aumento e buscando alternativas para o envio de encomendas.
Algumas entidades do e-commerce se manifestaram sobre o caso e estão tentando abrir diálogo com os Correios para mudar essa situação, conforme publicação do E-commerce Brasil.
Enquanto isso, as empresas que não vendem pelo Mercado Livre terão que se submeter a nova tabela de valores ou procurar por alternativas na entrega de produtos, como distribuidoras e retiradas no local para e-commerces que possuam loja física.